quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Confissões de Mãe (Especialmente para Érica)

Esse texto estava numa revista que ganhei na maternidade no dia seguinte ao nascimento do Arthur. Achei fantástico, maravilhoso! Só queria ter tido a chance de ler antes do pequeno nascer. Por isso resolvi presentear a Érica (seguidora que está a espera do anjo Gabriel) com essa leitura totalmente real e muito útil.

Confissões de Mãe
Por Juliana Sampaio e Laura Guimaraes, autoras dos livros Mothern - Manual da Mãe Moderna (Matrix, 2005) e As 500 melhares caisasde ser  mãe(Matrix, 2007).

 
. . . e então finalmente passaram-se os nove meses e agora ele esta aí, aconchegadinho nos seus braçoos.
No final até que correu tudo bem, e você nem sofreu tanto quanto imagina­va. Mas, confesse pra gente que o que mais nos passa pela cabeça nesse momento sublime é...
E agora?!!!! Junto com cada bebê  nasce uma mãe cheia de dúvidas.  O que fazer com essa pessoi­nha, ao mesmo tempo desconhecida e tão sua? Será que você está mesmo pronta para levar essa coisinha minúscula para casa, depois que receber alta daqui? Será que não dava primeiro para en­sinarem seu bebêzinho a falar, afinal você ainda não tem a menor ideia se aquele chorinho nervo­so é fome, frio ou fralda suja?
Só quem já passou por isso sabe o impacto que é na vida de uma mulher o nascimento do primeiro filho.
Mas não se preocupe; muita gente já passou, inclusive a gente, e, se não te prepa­ram antes para o monte de novidades que de agora em diante vem por aí é porque... bem, vai ver é porque tiveram medo que você desistisse. Mas agora, você sabe, isso não e mais possível, então podemos falar claramente.
Encare a realidade, amiga: uma hora você vai sair do hospital e as pessoas realmente esperam que você leve consigo essa trouxinha chorante. Mas não se preocupe, a natureza e sábia e fez os bebês humanos altamente fofos, justamente para que você se encante tanto com cada dobrinha do corpinho dele que não se esqueça de amamen­tá-Io mais ou menos de três em três horas...
De qualquer forma, você não esqueceria, porque o ser humane recéem-nascido geralmente vem equipado com cordas vocais poderosas, com o objetivo de avisar quando alguma coisa está errada e deixar pais e mães de primeira viagem meio malucos.
Preparada para o que vem por ail Não se ilu­da: é claro que não. Ninguem está. Apesar da in­sistência com que presenteiam crianças do sexo feminino com bonecas de todos os tipos e tama­nhos, para que elas cresçam preparando-se para este momento, esquecem de nos treinar para as adversidades da vida motherna.
Por exemplo, as noites. Até então a noite era aquela parte do dia em que você se jogava na ba­lada, sem hora certa para dormir. Bom, esta parte de "sem hora certa para dormir" não vai mudar muito. De agora em diante, quem faz os seus ho­rários não é você, nem seu chefe, nem o flyer do inferninho: é a criança. Se você tem experiência com ioga e relaxamento, essa é a hora de pôr em pratica aquele momenta oooooommmmmm. Funciona assim: o bebê é pequeno e ainda não consegue encher toda a barriguinha de leite. Então, em intervalos de algumas horas, ele vai solicitar o seu peito, seja chupando o dedinho, gemendo ou berrando mesmo.  Como você está por conta de ser esse laticínio em forma de gen­te, vai prover o alimento. Dê o peito quando a criança pedir. Não fique cronometrando as três horas exatas. Sabemos que você quer ser uma ótima mãe, mas acordar o bebê para mamar é algo, digamos, masoquista. Bom, voltando ao re­laxamento... é assim: como você vai dormir em módicas prestações, é importante (aliás, funda­mental) que consiga ao menos cochilar quando seu bebê dorme. Não importa se a visita está na sala, se é o último capítulo da sua novela, ou se está rolando uma rave no salão do seu prédio. Avise ao pai da criança que você morreu por en­quanto. Deite-se e pense num lago azul e calmo. Relaxe os membros. Quando você conseguir dor­mir, seu filho acordou pra mamar de novo. Nor­mal. Quando você final mente dominar a técnica do relaxamento, ele já vai estar dormindo a noite toda. É tudo uma questão de tempo.
Uma outra questão que costuma aparecer na vida de pais recentes é a divisão do trabalho. No começo não tem muito jeito: você é a única no casal que pode amamentar, não tem como es­capar. Mesmo porque dar de mamar e uma sen­sação deliciosa mesmo. Se tiver problemas no seio, e ficar machucado, procure ajuda médica. Ninguém é obrigado a padecer, nem mesmo no paraíso.
Com o pai da criança ficarão as outras funções que não dependem de peitos, como tro­car fraldas, receber visitas e dispensá-Ias quando você olhar pra ele com cara de exausta.
Mas isso tudo é pra dizer que você não pre­cisa desesperar. Que ninguém nasceu sabendo ser mãe e que todo mundo acabou aprendendo. Você - aliás, vocês - também vão conseguir. E, mais rápido do que pensa, vai esquecer toda a trabalheira, todas as pequenas dificuldades deste comecinho. Porque, muito maior do que o traba­Iho, é o amor absurdo que você vai construindo, aos poucos, por essa trouxinha linda.


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