quarta-feira, 18 de abril de 2012

Nutrição e Culinária Infantil: um blog muito legal!!!

Amei esse blog que fala sobre nutrição infantil. Tem dicas úteis até mesmo para a alimentação saudável para nós "macacos velhos".

Vou copiar um post aqui que adorei:

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Alimentação nos Primeiros Anos de Vida

Costumo comparar a alimentação de uma criança até o segundo aniversário com o alicerce de uma casa, já que esse se não for muito bem feito poderá comprometer toda a construção. Da mesma forma os alimentos que uma criança recebe desde o útero são a base da construção de seu organismo. Seu crescimento, desenvolvimento e saúde dependem diretamente da quantidade e da qualidade dos “materiais” utilizados.

A criança pequena é um ser em crescimento e desenvolvimento muito rápidos, mas em contrapartida possui o funcionamento em processo de maturação. Por isso é mais suscetível a desequilíbrios nutricionais (falta ou excesso de alimentos/nutrientes, geralmente falta de alguns e excesso de outros), apresenta maiores riscos a alergias alimentares e a intoxicações. Portanto é papel dos pais, responsáveis e cuidadores garantir a oferta de uma alimentação equilibrada e segura.

Não há dúvidas de que o Leite Materno seja o alimento ideal para os primeiros 6 meses de vida do bebê. Apesar da modernidade há muitas mulheres que aceitam o desafio e conseguem ofertar ao filho esse que é mais que um alimento, uma proteção a vida em vários sentidos. Entretanto não podemos descartar as alternativas para quando o aleitamento natural não é viável e aí considero os seguintes cuidados essenciais:

- utilizar fórmula adequada a faixa etária do bebê;
- não acrescentar engrossantes ou açúcares;
- higienizar tudo o que seja de uso para o preparo das fórmulas, desde a lata do leite a mão de quem vai oferecer;
- realizar a diluição correta, conforme orientações do Nutricionista e/ou Médico;
- não aproveitar sobras de fórmulas de um horário para outro;
- não preparar as fórmulas com antecedência, mas imediatamente antes de o bebê mamar.

Então, a partir de 06 meses, para as crianças que estiveram em Aleitamento materno exclusivo, ou 04 meses para os que estavam em Aleitamento artificial ou misto (Leite materno + complemento), chega o momento da introdução dos outros alimentos. Há um consenso de que as frutas sejam introduzidas em primeiro lugar, mas não há uma razão biológica para isso e alguns profissionais tem orientado o início da alimentação complementar ao leite com a papinha “salgada”.

São várias também as orientações quanto a forma de introdução: quais alimentos, amassado ou batido, junto ou separado. Abaixo vou relacionar a minha opinião e conduta, mas já colocando que não é a verdade absoluta, mas o resultado dos meus estudos e práticas:

- não há diferença em se começar com as frutas ou verduras e legumes, geralmente inicio com as frutas, mas já concordo com estudos e profissionais que afirmam ser benéfico oferecer primeiro os alimentos menos doces, visando melhor formação do paladar;

- oferecer um alimento por vez e por dia – atendo várias mães que receberam orientação  de oferecer vários alimentos e boa parte dos que seguem essa conduta não tem maiores problemas. Em minha opinião temos melhores chances de detectar um problema de alergia ou intolerância alimentar introduzindo um a um e também a criança conhece cada sabor.

- não dar açúcar, bolachinhas, salgadinhos e qualquer outra guloseima até a criança completar 02 anos. Vários pais vêm me falar que a criança fica olhando, sente vontade, etc e etc e eu já vi, não me falaram, já vi mesmo, pais darem refrigerante para bebês com menos de um ano e até molharem chupeta em cerveja. Isso é absurdo!!! Vou colocar aqui minha vivência de mãe: onde quer que ia levava banana, potinho, garfinho e colherzinha, suco de manga ou de outras frutas e água. Se elas viam a gente comendo alguma coisa era só eu amassar uma banana ou dar na mãozinha delas e pronto, toda a vontade passava. Não lembro se já escrevi isso em outro post, mas quando elas tinham por volta de 1ª6m eu saí de festas logo depois dos Parabéns, pois fiquei com receio de que elas não se contentassem com a bananinha. Excesso de cuidados? Eu creio que não. Uma vez quase que “rodeia a baiana” numa festa porque uma mãe deu refrigerante para elas. Neurótica? Pode ser, mas elas até hoje não gostam de refrigerantes e podem beber um litro se quiserem, quando, é claro tiverem oportunidade, já que em casa não tem. Quanto aos doces, são duas formiguinhas, mas comem até passar a vontade e não até acabar com o que tiverem em mãos ou nos armários. Nas festas elas vêm malucas com aqueles saquinhos de guloseimas, mas no meu armário há vários pirulitos e afins de festas do ano passado quase todo, só não tem mais porque as formigas grandes (eu e a babá) vivemos passeando pelos potinhos de doces.

-sal – pode ser introduzido a partir de um ano, em pequena quantidade, e mais pelo Iodo que pelo Sódio, pois este está presente em vários alimentos, mas nosso solo é geralmente pobre em iodo. Caldos de carne, frango, legumes industrializados – Nem quando a criança tiver 200 anos!

- não bater as papinhas de frutas e “de sal” no liquidificador ou mix – o ideal é amassar com o garfo e com os alimentos separados, para que a criança exercite a mastigação e experimente os sabores diferentes dos alimentos.

- sempre que possível escolher alimentos orgânicos. Eu excluo dos cardápios morango, kiwi e pimentões se não forem orgânicos. Dos outros ainda podemos retirar as cascas que são muito nutritivas, mas contraindicadas por causa dos agrotóxicos. Quanto aos alimentos de origem animal procuro usar o fígado somente se for orgânico também.

- mel – não deve ser oferecido antes do primeiro ano de vida e há indicações de que se deve esperar a criança completar dois anos. Pode haver no mel esporos de uma bactéria chamada Clostridium botullinun, a qual pode atacar o sistema nervoso e ser letal.

- ovo – a gema pode ser oferecida cozida desde os 6 meses, mas a clara somente a partir de 10 meses ou um ano. E não pode dar gemada ou ovo “mole”, pois há o risco de contaminação pela  bactéria Salmonella.

- cuidados com a higiene – em casa é geralmente uma pessoa quem realiza todos os cuidados com o bebê, então o cuidado com sua higiene é fundamental. Na cozinha sempre usar os cabelos presos e um avental sobre a roupa, que deve ser retirado quando se vai a outros cômodos da casa, pegar ou trocar o bebê. E tem-se que lavar muito bem e frequentemente as mãos, com água e sabão líquido de preferência sem cheiro. Usar álcool 70% também é bom, mas não substitui a lavagem das mãos e sim a complementa. O ambiente, utensílios e alimentos também devem ter higiene adequada.

terça-feira, 3 de abril de 2012

A tal da Vitamina "S"

Depois do recente estudo divulgado sobre  a polêmica Vitamina S, descobrimos que nossos avós sempre estiveram com a razão: " Deixa esse moleque brincar na terra!".

"Cientistas conseguiram evitar o surgimento de doenças inflamatórias em camundongos expondo-os a micróbios quando filhotes. Esse é mais um estudo a reforçar a chamada hipótese da higiene, segundo a qual um pouco de "vitamina S" (o S é de sujeira) no início da vida ajuda a prevenir moléstias associadas à regulação do sistema imune, como asma e alergias."
Fonte: folha.uol.com.br


Vitamina 's' em doses certas

Estudo diz que exposição à sujeira doméstica diminui risco de alergias. Será?

Giuliana Reginatto
A cada lambida de Nikimba, um estímulo para o sistema imunológico de Tiago, de quase 2 anos. A cadela e todo animal de estimação saudável poderiam funcionar como protetores contra alergias comuns na infância. A hipótese, levantada por um estudo conduzido pelo norte-americano Dennis Ownby, chefe de alergia e imunologia no Medical College, nos EUA, é recebida com cautela por profissionais brasileiros.

Ao acompanhar os primeiros sete anos de vida de 474 voluntários, Ownby descobriu que as 184 crianças expostas a dois ou mais bichos no dia-a-dia apresentavam metade das chances de ter quadros alérgicos do que as 220 que não conviviam com animais de em casa.

De acordo com a pesquisa, publicada pelo Journal of the American Medical Association, a resistência mostrada por crianças habituadas ao convívio com animais se explica pelo contato com as endotoxinas, substâncias liberadas por bactérias presentes na saliva do bicho - e também na terra , no chão: é a folclórica vitamina ‘S’, de sujeira mesmo.

As endotoxinas seriam capazes de provocar o organismo, estimulando uma ‘tolerância’ a agentes externos. "Às vezes, há mais bactérias no celular e na gôndola do supermercado do que na boca do cão. As crianças de apartamento não tomam chuva, não conhecem lama. Alguns pais têm pavor dessas coisas, o que é um erro", diz o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Renato Ávila Kfouri.

Os pais de Tiago, aos poucos, encontram a dose ideal da tal vitamina ‘S’ na vida dele. "Quando Tiago nasceu, fiquei com receio por causa da cachorra. Passava pano com álcool no chão, queria ferver água filtrada. Aos poucos, perdemos a neura", conta Paula Loureiro da Cruz, a mãe. "Agora, ao menos uma vez por semana, ele visita a chácara do avô, põe a mão na terra, na formiga", diz o pai, Rogério Ferreira.

Na opinião da médica Ana Paula Castro, especialista da Unidade de Alergia e Imunologia do Hospital das Clínicas, o estilo de vida urbano das famílias modernas está diretamente relacionado ao aumento das alergias. "Não se trata só do excesso de limpeza. A urbanização está ligada ao sedentarismo, à obesidade precoce. E o tecido gorduroso produz substâncias inflamatórias que estimulam as alergias", diz ela.

Vida esterilizada

Curiosamente, o aumento dos casos de alergias tem acompanhado a profusão de esterilizadores e anti-bactericidas no mercado. Segundo a Organização Mundial de Saúde, nos últimos 30 anos a porcentagem da população acometida por rinite alérgica passou de 15% para 25% e as ocorrências de dermatite cresceram de 5% para 12%. "Fatores ambientais são importantes, mas a genética também conta. Já ao nascer, o tipo de parto e a formação da flora intestinal ajudam a definir a propensão do bebê a ter alergias", ressalta Ana.

Apesar de concordar que o sistema imunológico precisa ser provocado para aprender a responder de forma favorável, Kfouri recomenda cautela ao relacionar alergias com padrões de limpeza. "O assunto é controverso. A exposição a certos antígenos estimula a tolerância imunológica e acredita-se que os efeitos a longo prazo sejam positivos, mas não se pode generalizar. Deve-se buscar o perfil imunológico de cada um para perceber, com bom senso, o que pode ser positivo para ela."

Proteção garantida
* O sistema imunológico é a defesa do corpo contra agressões externas. Ele começa a se formar na gestação, quando os anticorpos da mãe são transmitidos via placenta. Depois, o leite materno passa a ser a fonte principal de anticorpos, seguido pelas vacinas. O ritmo de trabalho das mães modernas, atrelado à diminuição do tempo de amamentação, pode influenciar o desenvolvimento do sistema imunológico do bebê.

E finalmente, a minha parte favorita:
* Sujar-se pode até fazer bem, mas limpar-se depois deve ser a regra. Normas básicas de higiene, como lavar as mãos após brincar com animais, escovar os dentes e banhar-se todos os dias devem ser respeitadas. A chupeta que cai no chão de casa não precisa ser esterilizada. Lavá-la com água é suficiente. Vale ressaltar que o abuso de produtos químicos na limpeza da casa pode ser tão nocivo quanto os antígenos domésticos, como o ácaro.

Fonte: estadão.com.br