sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Segundo, e NÃO menos importante!

“Tenho medo de não o amar como ao primeiro”

Por mais planificada que tenha sido, a notícia de uma segunda gravidez provoca sempre surpresa.



Embora demore ainda oito meses a chegar, não há dúvida de que o anúncio da chegada de um novo filho origina grandes confusões, logo desde o princípio.
Para a mãe, receio de não poder amá-lo o suficiente (e se for o caso, espera que ele não o note); também teme pelos ciúmes do mais crescido, e imagina como será a situação se o bebé for do mesmo sexo do primogénito, ou se for de sexo diferente.
Quando descobre que está novamente grávida, a mamã costuma experimentar além disso um sentimento de culpa, especialmente se o primeiro filho for ainda muito pequeno, dado que pensa que vai privá-lo de contar com a sua presença de forma exclusiva o tempo necessário, além de lhe impor um irmãozinho que a criança não pediu.
Para o papá, o principal receio ainda que inconsciente é que o bebé seja um menino, pois supõe que se converterá na "luz dos olhos da mamã" e o afastará a ele para um longínquo segundo plano.
E especialmente nestes tempos, uma preocupação comum de ambos e do papá em particular é que o dinheiro não chegue, embora seja verdade que este receio se relacione mais com os "recursos internos" dos quais eles temem carecer do que com a situação económica em que se encontram.
Geralmente, estes sentimentos contraditórios podem ser mais frequentes em relação com o segundo filho.
Com efeito, a chegada do primeiro constitui uma vivência nova que inaugura a etapa da maternidade e paternidade, e se se trata do terceiro ou do quarto, os pais já têm experiência, de maneira que se sentem menos angustiados (ou pelo menos assim se supõe).

Recordações do passado
Se a mãe tem irmãos mais velhos, os seus sentimentos de culpa, pena ou compaixão em relação ao primogénito podem estar relacionados com o facto dela também ter sido "a primeira" no amor que recebeu dos seus pais e um belo dia se viu subitamente afastada por um bebé, que veio ocupar o seu lugar.
Por outro lado, quando os pais são filhos únicos e não ultrapassaram a vivência da chegada de um irmão, a facilidade ou dificuldade para enfrentar a chegada de um novo bebé dependerá basicamente dos afectos recebidos na infância por parte dos seus progenitores, avós, tios, etc.

Culpas que vão e vêm
Os sentimentos de culpa em relação ao primeiro filho podem dissipar-se ou não ao longo da gravidez, segundo quais tenham sido os motivos inconscientes que os ocasionaram desde o início.
Às vezes, quando o parto é iminente, podem ver-se exacerbados devido à sensibilidade aumentada da futura mamã, tanto em relação ao filho por nascer como com os seus irmãozinhos, especialmente se o bebé é o segundo e vem quebrar o triângulo inicial.
Geralmente, uma vez que o bebé nasce, e embora nem sempre desapareçam, estes sentimentos de culpa podem transformar-se e dirigir-se para o marido ou outras pessoas do agregado familiar.

Finalmente chegou!
Em geral, face à proximidade do parto ou depois do nascimento, no puerpério imediato, podem apresentar-se diferentes situações.
Por um lado e independentemente de que se trate do primeiro, do segundo ou de qualquer outro filho costuma experimentar-se certa situação de estranheza e falta de carinho para o recém-chegado que se inverte com o decorrer dos dias.
Por outro, se os pais desejavam um menino (ou uma menina) e o seu desejo se cumpre, são tomados por uma sensação de plenitude e um amor muito intenso por esse bebé, que costumam manifestar com um "Finalmente chegou!" (por exemplo, uma menina depois de vários meninos, ou o caso inverso).
Neste caso, os conflitos não necessariamente evidentes desde o primeiro momento e às vezes dissimulados relacionam-se com os ciúmes e o sentimento de exclusão que experimenta o progenitor do sexo oposto face ao novo filho, devido à fantasia de que agora o "preferido" (ou a "preferida") será o bebé, em detrimento do papá (ou da mamã).

O seu a seu dono
O amor que toda a mãe sente pelo primogénito parece impossível de igualar, e menos ainda de superar, mas é importante compreender que nunca se amadois filhos da mesma maneira.
No entanto, é preciso não confundir: isto não significa que se ame um mais do que outro, mas a cada um de maneira diferente.
Recordemos que cada filho é concebido num determinado momento da vida, tanto do casal como de cada um dos seus membros, de modo que cada criança terá para os pais em conjunto e para cada progenitor de forma individual um significado e um afecto especiais.
Por isso, nunca se deve desesperar pensando que o amor não vai chegar para satisfazê-los a todos.
O carinho dos pais não se multiplica à medida que chegam os filhos, mas distribui-se de maneira proporcional e personalizada para cada um em particular.
Não se trata de mais ou menos amor, mas de amores diferentes.

Fonte:http://familia.sapo.pt

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